28 abril, 2009

armadilha

Agora que passo aqui vejo o libertar agoniante do teu perfume. Vejo como ele se espeta em mim tal agulha que não encontra veia.
Agora sou eu quem exala essa humidade doce, enjoativa. Não está colada, ela já sou eu.
Aprofundas as tuas raízes em mim. Quero vomitar, não consigo, sinto-me sufocar enquanto te estendes cada vez mais.
Absorves como se nunca tivesses comido na vida. Desmaio. O meu sangue já é tua seiva.
Doentiamente vês-me definhar, secar, sem te aperceberes que somos apenas um.
Se pudesse rir, ai como chorava de tanto rir.

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