No teu cabelo toco ao de leve com a ponta do pensamento.
Vejo-te enrolada na manta de xadrez azul, aquela que nunca me deixas usar por teres medo que me conte um dos teus segredos, ou então, que bem espremida solte alguma das tuas lágrimas.
Aí te tenho na cama de rede, que ambos montámos naquele fim de tarde de primavera, embalada por um chopin que já deixou de tocar no gira-discos que trouxeste de casa do teu pai.
Velo-te daqui, meu amor, bem longe.